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Rui Pedro Silva e Filomena Costa favoritos em Braga

24.03.2018

Tem lugar este domingo, dia 25 de março, a terceira edição da Meia Maratona de Braga Caravela Seguros, competição de que constarão duas vertentes, a corrida dos clássicos 21.097m e a caminhada, sem fins competitivos, com 6 km de extensão. A partida será dada às 10h, na Av. João Paulo II, onde se processará, igualmente, a chegada.

Este jovem evento do calendário atlético nacional tem uma larga margem de progressão em todos os aspetos e, este domingo, mais de 2500 participantes de todas condições irão estar presentes. Por outro lado, são algumas as principais figuras inscritas que prometem boas disputas pelos lugares cimeiros.

No sector masculino avultam as presenças de Rui Pedro Silva, José Moreira, Tiago Costa e Paulo Rosário (Sporting CP), Ricardo Ribas (SL Benfica), Artur Rodrigues (GDC Guilhovai), e Ricardo Vale, Rui Borges, Jorge Santa Cruz e Mihail Lalev (todos do SC Braga).

No lado feminino encabeçam o lote de inscritas Filomena Costa (ACD Jardim da serra), Doroteia Peixoto (Amigos da Montanha), Mónica Silva (individual), Vanessa Carvalho, Jéssica Pontes e Joana Costa (SC Braga), e Albertina Machado (Marcha e Corrida de Braga).

Nos homens, Rui Pedro Silva e José Moreira disputaram o triunfo entre si no ano passado, tendo Moreira prevalecido com clara vantagem (67m49s, que é o recorde da prova, para 68m32s). O duelo promete repetir-se desta vez, agora sob a arbitragem de Ricardo Ribas. Os três estiveram presentes domingo passado no Campeonato de Portugal de crosse longo, em Monforte, e numa distância de 10 km Rui Pedro Silva foi o mais forte, em quarto lugar, acabando a corrida sete lugares e vinte segundos à melhor sobre Ricardo Ribas, enquanto José Moreira tinha um dia difícil, finalizando 23º, a um minuto e onze segundos de Rui Pedro.

Não se podendo fazer extrapolações diretas desta competição para Braga, fica, no entanto, a ideia de um bom momento atual de Rui Pedro Silva que, de resto, já havia ganho a Ricardo Ribas (segundo e sexto, respetivamente), no Crosse das Amendoeiras, a 18 de fevereiro, poucos dias antes de Ribas ter chegado de novo a um pódio (terceiro) nos Nacionais de crosse curto, em Albufeira.
Interessante pode ser também a participação do especialista de 1500 m, Paulo Rosário, se quiser fazer a prova toda.

No lado feminino, Filomena Costa, vencedora da primeira edição da Meia de Braga, a 28 de fevereiro de 2016, merece o favoritismo, embora não incondicional. Terá em todo o caso de fazer melhor que o ano passado, quando acabou no quinto lugar, muito longe da vencedora, Carla Salomé Rocha, que estabeleceu o recorde (75m01s) do percurso. Filomena triunfou na sua primeira meia maratona do ano 2018, em Viana do Castelo, a 21 de janeiro, com o bom tempo de 74m09s, e precisamente adiante das suas maiores rivais para domingo, Mónica Silva (76m06s) e Doroteia Peixoto (78m40s), com Jéssica Pontes em quinta (82m30s). Mais proximamente, na Meia Maratona de Lisboa, já em março, Filomena foi de novo a melhor das três, em 10º lugar com 76m43s, mas Mónica Silva ficou no lugar imediatamente a seguir (76m58), e muito mais perto que em Viana, enquanto Doroteia Peixoto era 15º (77m51s). Mónica Silva, entretanto, vinha mostrando boa forma com um terceiro lugar no acima mencionado Crosse das Amendoeiras e, no domingo passado, venceu facilmente a Corrida Dia do Pai, no Porto.

Consequentemente, o desenlace da corrida de domingo parece bastante em aberto.

Fernando Mamede padrinho da Meia Maratona de Braga

A corrida deste domingo tem Fernando Mamede como seu padrinho. O alentejano de Beja, agora com 66 anos de idade, foi um dos mais extraordinários fundistas europeus e mundiais de sempre, para já não falar apenas no panorama português. Detentor de uma velocidade de base invejável, Mamede conseguia terminar as suas provas com partes finais difíceis de contrariar pelos seus rivais, mesmo os de maior nomeada.

Estabeleceu 22 recordes nacionais, entre as distâncias de 800 m e 10.000 m, e foi doze vezes campeão nacional - em pista e no crosse - das quais 4 delas se verificaram neste último elemento, no qual conquistou a medalha de bronze nos Mundiais de Madrid, em 1981.

Apesar de ter sido também o primeiro português a menos de 3m38s nos 1500m, as suas marcas mais valiosas surgiram nos 5.000 m e 10.000 m. Na légua conseguiu uma marca pessoal de 13m08,54s que nessa altura, em 1983, o colocava como o quinto melhor mundial de sempre. Nos 10.000 m bateu por duas vezes o recorde da Europa, com 27m27,7s em Lisboa, no antigo Estádio de Alvalade, em maio de 1981, e depois com 27m22,85s, em Paris, em julho do ano seguinte. A sua maior proeza, uma das maiores de sempre de todo o desporto nacional, ocorreu também nos 10.000 m, a 2 de julho de 1984, quando em Estocolmo, em compita direta com Carlos Lopes, pulverizou o recorde mundial dos 10.000 m com 27m13,81s, registo que continua a ser algo que raríssimos (ou nenhum, por vezes) atletas europeus conseguem obter hoje em dia, mesmo volvidos quase 34 anos.

Esteve em três edições dos Jogos Olímpicos (1972, 1976 e 1984), também em três edições dos Campeonatos Europeus (1971, 1974 e 1978), e ainda competiu na primeira edição dos Campeonatos Mundiais, em Helsínquia 1983.

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